Liquidação do Banco Master: o que aconteceu e como isso afeta seus CDBs

Na noite de 17 de novembro de 2025, a Polícia Federal prendeu o controlador do Banco Master no aeroporto de Guarulhos. Menos de 12 horas depois, o Banco Central do Brasil decretou a liquidação extrajudicial da instituição, que concentrava dezenas de bilhões em depósitos.

O que significa liquidação extrajudicial?

Na prática, o Banco Central assume o controle, afasta os administradores e nomeia um liquidante para vender ativos e quitar credores. Também podem ser decretadas indisponibilidade de bens dos controladores e medidas para preservar o sistema financeiro.

Como isso afeta os titulares de CDB?

Se você tem até R$ 250.000 em CDBs no Banco Master por CPF e por instituição, o valor é protegido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O pagamento depende de procedimentos burocráticos e pode levar semanas a poucos meses.

Para valores acima de R$ 250.000, o investidor vira credor quirografário do banco e terá de aguardar a apuração dos ativos e a ordem de pagamento definida na liquidação — esse processo pode durar anos e não garante recuperação integral do montante.

Por que o caso afetou tanta gente?

Nos últimos anos o Master cresceu rápido ao oferecer CDBs com remunerações muito superiores ao mercado — atraindo depósitos massivos. Parte dos recursos foi alocada em investimentos de longo prazo, como precatórios e participações acionárias, criando um desalinhamento entre prazos de captação e de aplicação.

Quais são os próximos passos para quem tem CDBs do Master?

1. Não tome decisões precipitadas: vender CDBs no mercado secundário pode resultar em grande desconto.
2. Cadastre-se no site ou no aplicativo do FGC e mantenha seus dados bancários atualizados para receber eventuais pagamentos.
3. Reúna documentação (CPF/CNPJ, contratos, comprovantes) para acelerar a validação pelo liquidante e pelo FGC.
4. Se tiver valores acima de R$ 250.000, procure orientação jurídica ou financeira para estudar estratégias e acompanhar a lista de credores da liquidação.

O que esperar na prática?

Para valores até o limite do FGC, a expectativa é de que pagamentos ocorram em semanas a alguns meses, dependendo do fluxo de validação. Para créditos acima do teto do FGC, o retorno depende da venda de ativos do banco e da prioridade de pagamento dos credores — tempo e percentual recuperado são incertos.

Como evitar riscos semelhantes no futuro

Priorize diversificação entre emissores e limite a exposição por instituição; avalie a origem da rentabilidade e o perfil do emissor; e lembre-se de que yields muito acima do mercado costumam indicar risco elevado. Conte com assessoria qualificada quando necessário.

Se você foi atingido por essa situação e precisa de ajuda prática para organizar documentos ou buscar orientação, consulte um profissional de confiança.