OpenAI assina carta para construir data center de IA na Patagônia

A OpenAI assinou uma carta de intenções para participar do projeto Stargate Argentina, que prevê a construção de um grande data center de inteligência artificial na Patagônia em parceria com a empresa local Sur Energy.

O plano anunciado pelo governo argentino fala em um investimento estimado em até US$ 25 bilhões e numa capacidade de até 500 megawatts — números que posicionam o empreendimento entre os maiores projetos de infraestrutura tecnológica do país e da região.

Segundo os comunicados oficiais, a iniciativa se enquadra no regime de incentivos para grandes investimentos (RIGI/RIGI-like), que oferece benefícios fiscais e aduaneiros por décadas para atrair capital estrangeiro. A presença da OpenAI foi confirmada após reuniões entre representantes da empresa, a Sur Energy e o governo de Javier Milei.

As motivações apontadas incluem a abundância de terrenos e o clima frio da Patagônia — vantajosos para o resfriamento das instalações —, além da intenção de aproveitar fontes de energia renovável locais. Por outro lado, analistas e ambientalistas destacam desafios logísticos: necessidades de conexão em fibra, ampliação da capacidade elétrica local e preocupações sobre consumo de água para refrigeração. Até o momento, não há definição de localização exata nem cronograma firme de início das obras.

Fidji Simo, executiva da OpenAI, defendeu publicamente esse tipo de investimento como necessário para suprir a demanda por capacidade de cálculo e afirmou que a expansão de infraestrutura é parte da “nova realidade” do setor — não apenas uma bolha especulativa.

Fontes oficiais informam que a Sur Energy ficará responsável pela parte energética e de infraestrutura, enquanto a OpenAI atuará como parceira e provável compradora da capacidade computacional, conforme acordos semelhantes já anunciados em outras frentes do programa Stargate. O governo argentino aponta que o projeto elevaria a Argentina ao mapa global de centros de computação para IA, gerando empregos e investimentos, mas também exigirá forte coordenação público-privada para superar limitações locais.

Em resumo: trata-se, por enquanto, de uma carta de intenções e de um compromisso inicial que precisa ser detalhado em contratos, estudos de impacto e planos de viabilização técnica e ambiental antes de avançar para a fase de obras.