160 anos da 25 de Março | A rua que é sinônimo de comércio

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Rua 25 de Março em São Paulo
Há 160 anos a 25 de Março é referência do comércio popular em São Paulo.

Notícias Publicada em 17/11/2025 por Adolfo A. Coradini

Nascida oficialmente em 1865, a rua 25 de Março tornou-se símbolo do comércio paulistano: entre a história de enchentes e mercados e a presença de imigrantes, consolidou-se como um polo de compras que atrai centenas de milhares de pessoas semanalmente.

Batizada em homenagem à Constituição de 1824, a via começou como a rua de Baixo ou Debaixo e ganhou forma a partir do antigo leito do rio Tamanduateí — o mesmo que marcava o Porto de São Bento. Ao longo de décadas, a região foi povoada por mascates, pequenos comerciantes e feiras que, com o tempo, deram origem ao complexo comercial que conhecemos hoje.

Números e influência

O entorno da 25 de Março reúne hoje cerca de 17 ruas, 3,8 mil lojas (com aproximadamente 1,1 mil apenas na 25) e gera cerca de 30 mil empregos diretos. O fluxo é intenso: estima-se que 200 mil pessoas passem pela região em dias úteis e até 800 mil aos sábados — uma verdadeira cidade dentro da cidade.

Do Mercado Grande ao Mercadão

O primeiro mercado municipal da área, inaugurado em 1867, evoluiu nas décadas seguintes até o Mercado Municipal da Cantareira, inaugurado em 1933. O comércio se diversificou: dos tecidos e armarinhos vendidos por sírios e libaneses, passou por bijuterias, eletroeletrônicos e outras especializações conforme as ondas migratórias e transformações da cidade.

Imigração e cultura

Imigrantes sírios, libaneses, italianos, judeus e, mais tarde, chineses deixaram marcas profundas no perfil comercial da 25. Famílias como os Jafet e estabelecimentos históricos ajudaram a transformar a rua em polo atacadista e varejista, fazendo da região um espelho das várias faces de São Paulo.

Resiliência urbana

A 25 de Março sobreviveu a enchentes, incêndios, saques e até bombardeios; acompanhou o crescimento demográfico e a expansão da cidade. Mudou formatos comerciais — do atacado têxtil ao varejo de ocasião — e hoje convive com desafios de mobilidade, revitalização e modernização, como projetos de VLT e intervenções públicas que buscam preservar sua vocação.

Identidade e memória

Arte, samba e música legitimaram a rua como referência cultural. Pintores como Benedito Calixto e Antonio Ferrigno retrataram a região; Adoniran Barbosa cantou seu cotidiano. Para muitos paulistanos, “ir à 25” é mais que comprar: é hábito, memória e parte da identidade da cidade.

O presente e o futuro

Hoje a 25 segue pulsante: feiras, lojas, pequenas indústrias e ativação comercial se combinam com o comércio eletrônico e iniciativas de revitalização. A rua permanece fiel àquele espírito mascateiro de 1865 — empreendedora, plural e essencial ao comércio popular brasileiro.


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